quinta-feira, 12 de julho de 2012

Alfabeto fonético

 
 
O alfabeto fonético é um recurso para facilitar a comunicação, tornando universal a pronúncia das letras do alfabeto, eliminando, assim, a barreira do idioma.

A
Alfa
B
Bravo
C
Charlie
D
Delta
E
Eco
F
Foxtrot
G
Golf
H
Hotel
I
India
J
Juliet
K
Kilo
L
Lima
M
Mike
N
November
O
Oscar
P
Papa
Q
Quebec
R
Romeu
S
Sierra
T
Tango
U
Uniforme
V
Victor
W
Whiskey
X
Xingu (X-Ray)
Y
Yankee
Z
Zulu

A numeração também possui seu próprio sistema fonético:

1
Uno
2
Segundo
3
Terceiro
4
Quarto
5
Quinto
6
Sexto
7
Sétimo
8
Oitavo
9
Nono
0
Negativo


Fonte Internet.

Envenenamentos por Alimentos

Envenenamentos por Alimentos
 Manual das Doenças Transmitidas por Alimentos
Tetrodotoxina/toxina do Baiacú
1. Descrição da doença - Envenenamento causado pela ingestão de toxina produzida nas gônadas e outros tecidos viscerais de alguns peixes da classe Tetraodontiformes, à qual pertencem o peixe fugu japonês ou baiacu. Esta toxina e a saxitoxina são dois venenos dos mais potentes conhecidos, sendo a dose letal mínima de cada uma delas, no camundongo, de aproximadamente 8 ug/kg. São fatais para o homem. Ocorre também na pele de salamandras aquáticas, bodião, sapo Atelopus (da Costa Rica), determinados polvos, estrela-do-mar, anjo-do-mar, porco-espinho e caranguejo xantídeo. Nenhuma alga foi identificada como responsável por essa produção e até recentemente a tetrodoxina foi considerada como um produto metabólico do hospedeiro. Recentes estudos da produção da tetrodoxina/anidrotetrodoxina por determinadas bactérias, incluídas as cepas da família da Vibrionaceae, Pseudomonas sp., e Photobacterium phosphoreum, apontam uma origem bacteriana para estas toxinas. É comum bactérias associarem-se à animais marinhos. Se confirmados, esses achados podem contribuir para o controle dessas toxicoses. O primeiro sintoma de envenenamento é uma dormência/paralisação dos lábios e da língua, que aparece entre 20 minutos a 3 horas depois da ingestão do baiacu. O sintoma seguinte é o aumento de parestesia de face e extremidades, que pode ser acompanhada de sensação de leveza ou flutuação. Dor de cabeça, rubor facial, dor epigástrica, náusea, diarréia e ou vômito podem ocorrer. Dificuldade para andar pode ocorrer nessa fase que evolui para o aumento da paralisia, com dispnéia. A fala é afetada e a pessoa envenenada apresenta comumente cianose e hipotensão, com convulsões, contração muscular, pupilas dilatadas, bradicardia e insuficiência respiratória. O paciente, embora totalmente paralisado, permanece consciente e lúcido até o período próximo da morte. O óbito ocorre dentro de 4 a 6 horas, podendo variar de cerca de 20 minutos a 8 horas.

2. Agente etiológico - Tetrodoxina (anidrotetrodoxina 4-epitetrodoxina, ácido tetrodônico). É uma neurotoxina não protéica, termo-estável, em concentrações nanomolares, bloqueiam especificamente os canais de NA+ nas membranas das células excitáveis. Como resultado, o potencial de ação é bloqueado. Nem todos os canais de NA+ são igualmente sensíveis à tetrodoxina; os canais nas células musculares cardíacas e de músculo liso são amplamente resistentes, e um canal de NA+ tetrodoxina-insensível é observado quando um músculo esquelético é desnervado. O bloqueio dos nervos vasomotores, associado ao relaxamento do músculo liso vascular, parece ser responsável pela hipotensão que é característica do envenenamento por tetrodoxina. Esta toxina causa morte por paralisia dos músculos respiratórios.

3. Ocorrência - Mais comum no Japão que registrou de 1974 a 1983 646 casos de envenenamento por baiacu com 179 casos fatais. Estima-se que são vítimas do veneno, em regiões onde essa prática é mais comum, cerca de 200 pessoas por ano com 50% de mortes. Há registros de casos por ingestão de baiacu provenientes do Oceano Atlântico, Golfo do México e Golfo da Califórnia. Também foram relatados casos não confirmados com ingestão de espécies provenientes do Atlântico - Spheroides maculatus; contudo, a toxina extraída desse peixe foi altamente tóxica para ratos. Uma espécie de molusco - Charonia sauliae tem sido implicada também em intoxicações, com evidência de que contenha derivados da tetrodoxina. Não há dados no Brasil sobre esse tipo de intoxicação/envenenamento pelo peixe baiacu.

4. Reservatório -
Toxina produzida pelas espécies descritas anteriormente.

5. Período de incubação -
20 minutos a 3 horas, havendo relato de casos com início dos sintomas 2 a 3 minutos após a ingestão.

6. Modo de transmissão - Ingestão de baiacu e outras espécies que produzem a tetrodoxina.

7. Susceptibilidade e resistência -
Todos os humanos são suscetíveis ao veneno tetrodoxina. Esta toxicose pode ser evitada não se consumindo baiacu ou outras espécies que produzem o veneno. Há várias outras espécies que contém a toxina, mas que não são alvo, felizmente, da culinária. Fugu no Japão é um problema de saúde pública pois faz parte da culinária tradicional. É considerado uma guloseima preparada e vendida em restaurantes especiais com indivíduos treinados e licenciados capazes de remover cuidadosamente as vísceras para reduzir o perigo de envenenamento. A despeito dos cuidados na preparação, produtos à base de fugu no Japão ainda são responsáveis por casos fatais contabilizando-se cerca de 50 mortes anuais. A importação desse peixe é proibida em alguns países, como os EEUU, com especial exceção para os restaurantes japoneses. Entretanto, um potencial perigo permanece em relação a possíveis erros em seu preparo.

8. Conduta médica e diagnóstico - O diagnóstico presuntivo é feito com base no quadro clínico e história de ingestão recente do baiacu/fugu ou similar. É importante estabelecer o diagnóstico diferencial com outras síndromes causadas por toxinas naturais, em especial, as produzidas por frutos do mar (Tabela 1), e com outros quadro neurológicos, dentre eles, o botulismo.

9. Tratamento - O tratamento consiste em suporte ventilatório e monitoramento das condições vitais. Lavagem gástrica precoce e manutenção da pressão sangüínea são indicadas. Não há antitoxina específica.

10. Alimentos associados - Os envenenamentos estão praticamente circunscritos ao consumo de baiacu das águas de regiões dos Oceanos Índico e Pacífico. Há contudo, casos registrados devido a ingestão desse peixe das águas do Oceano Atlântico, Golfo do México e Golfo da Califórnia. Esses peixes baiacu geralmente são importados da China, Japão, México, Filipinas e Taiwan.

11. Medidas de controle:

  1. Notificação de surtos - A ocorrência de surtos (2 ou mais casos) requer a notificação imediata às autoridades de vigilância epidemiológica municipal, regional ou central, para que se desencadeie a investigação das fontes comuns e medidas preventivas. Um único caso, por representar um agravo à saúde, deve ser também notificado. Orientações poderão ser obtidas junto à Central de Vigilância Epidemiológica - Disque CVE, no telefone é 0800-55-5466.
  2. Medidas preventivas - Orientações sobre o risco de ingestão do peixe baiacu e outras espécies que produzem a tetrodoxina.
  3. Medidas em epidemias - Investigação do surto e identificação do produto e origem, com medidas para controle e prevenção de novos casos.
TABELA 1 - Intoxicações alimentares associadas com toxinas naturais em frutos do mar segundo determinadas características:
Tipo de Intoxicação
Toxina
Fonte
Início dos Sintomas
Síndrome Clínica
Ciguatera
Ciguatoxina
Peixes de recifes/corais, barracuda, caranho vermelho e garoupa
1 a 4 horas
Dor abdominal, diarréia, vômito, reversão sensorial frio e calor, parestesias, mialgias, e fraqueza
Amnésica por frutos do mar
Ácido domóico
Mexilhões e outros mariscos bivalves, caranguejos e anchovas
15 minutos a 38 horas
Vômito, diarréia, dor de cabeça, mioclonia, hemiparesias, apreensão, coma e perda permanente da memória recente.
Escombróide
Histamina
Atum, bonita, cavala, peixes salteadores
Minutos a 4 horas
Severa dor de cabeça, vertigem, náusea, vômito, rubor, urticária, dificuldade respiratória
Neurotóxica por frutos do mar
Neurotoxina
Mexilhões e outras espécies que se alimentam de plânctons
Minutos a 3 horas
Diarréia, vômito, ataxia e parestesias
Paralítica por frutos do mar
Saxitoxina
Mexilhões e outras espécies bivalves
< 30 minutos
Vômito, diarréia, paralisia facial e respiratória
Fonte: Adaptado e traduzido do CDC. Tetrodoxin Poisoning Associated with Eating Puffer Fish Transported from Japan - California, 1996. MMWR, 45(19):389-391, May 17, 1996. URL: http://www.cdc.gov/mmwrhtml/00041514.htm
Bibliografia consultada e para saber mais sobre a doença
  1. AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Control of Communicable Diseases Manual. Abram S. Benenson, Ed., 16 th Edition, 1995, p. 194.
  2. CDC. Tetrodoxin Poisoning Associated with Eating Puffer Fish Transported from Japan - California, 1996. MMWR, 45(19):389-391, May 17, 1996. URL: http://www.cdc.gov/mmwrhtml/00041514.htm
  3. FDA/CFSAN (2003). Bad Bug Book. Tetrodoxin. URL: http://www.cfsan.fda.gov/~mow/chap39.html
  4. Goodman & Gilman. As bases farmacológicas da terapêutica. Ed. Guanabara/Koogan, 8ª Ed.., Rio de Janeiro, 1991.
Fonte: Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo - Centro de Vigilância Epidemiológica - CVE

Aranha Marrom

Acidentes com Aranha Marrom
Acidentes com a Aranha Marrom - (Loxosceles)
Cacterísticas: Têm o corpo revestido de pêlos curtos e sedosos de cor marrom-esverdeada, com desenho claro em forma de violino ou estrela. Podem 1 cm de corpo e 3 em de envergadura de pernas, de hábitos noturnos, podendo viver no interior das residências, atrás de móveis, em porões, sótãos e quartos de despejo Não são aranhas agressivas, picando apenas quando comprimidas contra o corpo.

Habitat: Constroem teias irregulares em fendas de barrancos, sob cascas de arvores, telhas, tijolos e lixões;

Distribuição geográfica: Ocorrem em todo o Brasil, podem os acidentes são mais freqüentes nos estados da região Sul.

Sintomas após a picada: Muitas vezes a picada não é dolorosa e, por isso, não é percebida. Horas depois do acidente aparece vermelhidão, endurecimento e dor no local, que podem ser acompanhados de bolhas e escurecimento da pele (necrose). Pode ocorrer também febre, mal-estar, dor de cabeça e vermelhidão no corpo todo e escurecimento da urina.
As ações proteolítica e hemolítica do veneno dessas aranhas manifestam-se tardiamente, em torno de 12 a 24 horas após o acidente.

O quadro clínico cutâneo caracteriza-se por edema, eritema, dor local semelhante a queimadura. Quando há comprometimento cutâneovisceral, observamos febre, mal-estar generalizado, icterícia, equimose, vesículas, bolhas, necrose e ulceração. A urina torna-se escura, cor de "coca-cola".

Pode evoluir para oligúria, anúria e insuficiência renal aguda, semelhante ao que ocorre no acidente crotálico (picada de cascavel).

O tratamento específico é feito com o soro antiaracnídeo e/ou antiloxoscélico, 10 ampolas pelas via endovenosa. O tratamento complementar consiste na limpeza local com anti-sépticos e hidratação do doente de maneira semelhante ao preconizado para o acidente crotálico.
Medidas a serem tomadas em caso de Acidentes: Compressas quentes e anestesia local para alívio da dor são suficientes na grande maioria dos casos. O soro antiaracnídico e antiescorpiônico somente é utilizado se houver graves manifestações.

A vacinação anti-tetânica está indicada. Os antibióticos devem ser utilizados quando houver infecção secundária de maneira semelhante ao preconizado no acidente botrópico (picada de jararaca). O emprego do soro específico deve ser feito até 36 horas após o acidente, apenas em ambiente hospitalar.

Tipos de soro: Antiaracnídico ou antiloxoscélico.

Como prevenir acidentes e medidas de segurança:

  • Manter sempre limpas as instalações da propriedade, principalmente a área em volta da casa;
  • Conservar o quintal e o jardim sempre limpo;
  • Evitar o acúmulo de lixo e não amontoar objetos antigos em volta da casa;
  • Usar telas e vedantes em portas e janelas, procurando tapar buracos e frestas existentes na casa;
  • Verificar, antes de utilizar sapatos, roupas e outros objetos de use pessoal, se eles não trazem escondidos alguns desses animais peçonhentos;
  • Utilizar botas de cano longo, ou botinas com perneiras, luvas e camisas com mangas longas quando fazer trabalhos de coleta de lixo, manuseio de pilhas de madeira e outros materiais de construção.
Fonte: Wellington Florencio Silva - Bless Jungle Troop

Serpentes Bothrops

Serpentes Bothrops
  
Bothrops alternatus
Nome Popular: Urutu
Nome Científico: Bothrops alternatus
Dentição: Solenóglifa
Alimentação Básica: Roedores
Reprodução: Vivípara
Tamanho: 1,20 metros
Habitat: Campos e Cerrados
Atividade: Noturna
  • Serpente de hábito terrícola.
  • É uma das mais temidas.
  • É reconhecida pelas manchas brancas laterais em forma de cruz que as vezes pode ocorrer na cabeça.
  • Sua fama é maior do que ela merece, no dito popular "Urutu quando não mata, aleija..." o que em parte é verdadeiro, porque seu veneno destrói as células do local atingido, podendo causar até necrose. Mas esse poder de ação é característico de todas as Jararacas, grupo do qual a Urutu faz parte.
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Bothrops jararaca
Nome Popular: Jararaca
Nome Científico: Bothrops jararaca
Dentição: Solenóglifa
Alimentação Básica: Roedores
Reprodução: Vivípara
Tamanho: 1,00 metros
Habitat: Matas
Atividade: Noturna
  • Serpente de hábito terrícola, mas também explora arbustos.
  • Ao longo de sua distribuição apresenta variação de colorido.
  • No Sul e Sudeste é a serpente peçonhenta mais comum e responsável pela maioria dos acidentes ofídicos.
  • Apresenta grande versatilidade às mudanças ambientais, sendo comum também ao longo do cinturão verde (produção de frutas, hortaliças, leguminosas ao redor das cidades) e outras áreas de ocupação humana.
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Bothrops jararacussu
Nome Popular: Jararacussu
Nome Científico: Bothrops jararacussu
Dentição: Solenóglifa
Alimentação Básica: Roedores,Anfíbios
Reprodução: Vivípara
Tamanho: 1,50 metros
Habitat: Matas
Atividade: Diurna,Noturna
  • Serpente de hábito terrícola.
  • É uma das maiores serpentes do grupo da Jararaca.
  • Por ser de grande porte, consegue inocular muito mais veneno que as outras portanto, causa acidentes com consequências muito mais graves, inclusive com casos fatais.
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Bothrops leucurus
Nome Popular: Jararaca
Nome Científico: Bothrops leucurus
Dentição: Solenóglifa
Alimentação Básica: Roedores
Reprodução: Vivípara
Tamanho: 0,80 metros
Habitat: Mata
Atividade: Noturna
  • Serpente de hábito terrícola.
  • Espécie endêmica da mata Atlântica, entre Pernanbuco e o sul do Espírito Santo.
  • Atualmente tem sido encontrada em regiões onde tem ocorrido desmatamento para dar lugar às atividades agrícolas.
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Bothrops moojeni
Nome Popular: Caiçaca,Jararacão
Nome Científico: Bothrops moojeni
Dentição: Solenóglifa
Alimentação Básica: Roedores,lagartos
Reprodução: Vivípara
Tamanho: 1,50 metros
Habitat: Cerrado
Atividade: Noturna
  • Serpente de hábito terrícola.
  • É uma das serpentes mais agressivas do grupo da Jararaca.
  • A distância do bote das serpentes corresponde a aproximadamente 1/3 do seu comprimento e é dado mais no sentido horizontal.
  • A Caiçaca desfere seu bote mais para o sentido vertical, podendo atingir dessa forma partes mais altas do corpo de uma pessoa.
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Bothrops neuwiedi
Nome Popular: Jararaca Pintada, Jararaca do Rabo Branco
Nome Científico: Bothrops neuwiedi
Dentição: Solenóglifa
Alimentação Básica: Roedores
Reprodução: Vivípara
Tamanho: 0,80 metros
Habitat: Cerrado
Atividade: Noturna
  • Serpente de hábito terrícola.
  • Com ampla distribuição geográfica.
  • Apresenta diversas subespécies.
  • Com grande variação de desenhos e cores.
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Fonte: Texto: Instituto Butantan e fotos: Instituto Vital Brazil

Acidentes na Selva

Acidentes na Selva


 
Acidentes ofídicos
 Os acidentes ofídicos no Brasil são causados, na grande maioria, por serpentes como:
  • Jararaca
  • Jararacuçu
  • Caiçara
  • Urutu
  • Cotiara (Todas do gênero Bothrops)
Seguidos dos acidentes por:
  • Cascavéis (gênero Crotalus)
  • Surucucu (gênero Lachesis)
  • e pelas corais verdadeiras (gênero Micrurus)
A ocorrência do acidente ofídico é marcada por fatores climáticos e de aumento da atividade humana nos trabalhos no campo. No HVB, por exemplo, a grande maioria dos casos é atendida de outubro a abril, época que coincide com os meses quentes e chuvosos.
O diagnóstico do tipo de serpente causador do acidente é feito, na maioria dos casos, com base nas manifestações clínicas que o paciente apresenta no momento do atendimento, uma vez que nem sempre é possível a identificação do animal. Deste modo, são os acidentes são classificados em:
Acidente botrópico (causado por serpentes do grupo das jararacas):
  • dor e inchaço no local da picada
  • às vezes com manchas arroxeadas e sangramento pelos orificios da picada
  • sangramentos em gengivas pele e urina.
  • Pode evoluir com complicações como infecção e necrose na região da picada e insuficiência renal.
Acidente laquético (causado por surucucu):
  • quadro semelhante ao acidente botrópico
  • acompanhado de vômitos, diarréia e queda da pressão arterial.
Acidente crotálico (causado por cascavel):
  • no local sensação de formigamento, sem lesão evidente
  • dificuldade de manter os olhos abertos, com aspecto sonolento
  • visão turva ou dupla
  • dores musculares generalizadas
  • urina escura.
Acidente elapídico (causado por coral verdadeira):
  • no local da picada não se observa alteração importante
  • as manifestações do envenenamento caracterizam-se por visão borrada ou dupla
  • pálpebras caídas e aspecto sonolento.
Convém lembrar que serpentes não peçonhentas também podem causar acidentes e que nem sempre as serpentes peçonhentas conseguem inocular veneno por ocasião do acidente.
Cerca de 40% dos pacientes atendidos no Hospital Vital Brazil são picados por serpentes consideradas não-peçonhentas ou por serpentes peçonhentas que não chegaram a causar envenenamento.
Primeiros socorros
Muitos procedimentos, embora não recomendados, são ainda amplamente empregados como medidas visando retardar a absorção no veneno. Boa parte deles pode, na verdade, contribuir para a ocorrência de complicações no local da picada.
Medidas a serem tomadas em caso de acidentes:
  • Não amarrar o membro acometido
  • O torniquete ou garrote dificulta a circulação do sangue, podendo produzir necrose ou gangrena e não impede que o veneno seja absorvido.
  • Não cortar o local da picada, alguns venenos podem inclusive provocar hemorragias e o corte aumentará a perda de sangue.
  • Não chupar o local da picada, não se consegue retirar o veneno do organismo após a inoculação. A sucção pode piorar as condições do local atingido.
  • Lavar o local da picada somente com água e sabão.
  • Não colocar substâncias no local da picada, como folhas, querosene, pó de café, pois elas não impedem que o veneno seja
    absorvido, pelo contrário, podem provocar infecção.
  • Evitar que o acidentado beba querosene, álcool ou outras bebidas além de não neutralizarem a ação do veneno, podem causar intoxicações.
  • Manter o acidentado em repouso.
  • Se a picada tiver ocorrido em pé ou perna, procurar manter a parte atingida
    em posição horizontal, evitando que o acidentado ande ou corra.
  • Levar o acidentado o mais rapidamente possível a um serviço de saúde.
É difícil estabelecer um prazo para o atendimento adequado porém o tempo decorrido entre o acidente e o tratamento é um dos principais fatores para o prognóstico. O soro é o único tratamento eficaz no acidente ofídico e deve ser específico para cada tipo (gênero) de serpente
Acidentes por escorpião:
  • Os escorpiões de importância médica estão distribuídos em todo o país, causam dor no local da picada, com boa evolução na maioria dos casos, porém crianças podem apresentar manifestações graves decorrentes do envenenamento.
  • Em caso de acidente, recomenda-se fazer compressas mornas e analgésicos para alívio da dor até chegar a um serviço de saúde para as medidas necessárias e avaliar a necessidade ou não de soro.
Acidentes por aranhas
São três os gêneros de aranhas de importância médica no Brasil:
Loxosceles ("aranha-marrom"):
É importante causa de acidentes na região Sul. A aranha provoca acidentes quando comprimida; deste modo, é comum o acidente ocorrer enquanto o individuo está dormindo ou se vestindo, sendo o tronco, abdome, coxa e braço os locais de picada mais comuns.
Phoneutria ("armadeira", "aranha-da-banana", "aranha-macaca"):
A maioria dos acidentes é registrada na região Sudeste, principalmente nos meses de abril e maio. É bastante comum o acidente ocorrer no momento em que o indivíduo vai calçar o sapato ou a bota.
Latrodectus ("viúva-negra"):
Encontradas predominantemente no litoral nordestino, causam acidentes leves e moderados com dor local acompanhada de contrações musculares, agitação e sudorese.
As aranhas caranguejeiras e as tarântulas, apesar de muito comuns, não causam envenenamento. As que fazem teia áreas geométricas, muitas encontradas dentro das casas, também não oferecem perigo.
Acidentes por taturanas ou lagartas
As taturanas ou lagartas que podem causar acidentes são formas larvais de mariposas que possuem cerdas pontiagudas contendo as glândulas do veneno. É comum o acidente ocorrer quando a pessoa encosta a mão nas árvores onde habitam as lagartas.
O acidente é relativamente benigno na grande maioria dos casos. O contato leva a dor em queimação local, com inchaço e vermelhidão discretos. Somente o gênero Lonomia pode causar envenenamento com hemorragias à distância e
complicações como insuficiência renal.

Soros
Os soros antipeçonhentos são produzidos no Brasil por:
  • Instituto Butantan (São Paulo)
  • Fundação Ezequiel Dias (Minas Gerais)
  • Instituto Vital Brazil (Rio de Janeiro).
Toda a produção é comprada pelo Ministério da Saúde que distribui para todo o país, por meio das Secretarias de Estado de Saúde.
Assim, o soro está disponível em serviços de saúde e é oferecido gratuitamente aos acidentados.

Em São Paulo, a relação dos pontos estratégicos para o atendimento dos acidentes por animais peçonhentos está disponível no site: http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/Zoo_uni1.htm
http://www.butantan.gov.br/info_uteis.htm

Fonte: Instituto Butantan