quinta-feira, 12 de julho de 2012

Acidentes na Selva

Acidentes na Selva


 
Acidentes ofídicos
 Os acidentes ofídicos no Brasil são causados, na grande maioria, por serpentes como:
  • Jararaca
  • Jararacuçu
  • Caiçara
  • Urutu
  • Cotiara (Todas do gênero Bothrops)
Seguidos dos acidentes por:
  • Cascavéis (gênero Crotalus)
  • Surucucu (gênero Lachesis)
  • e pelas corais verdadeiras (gênero Micrurus)
A ocorrência do acidente ofídico é marcada por fatores climáticos e de aumento da atividade humana nos trabalhos no campo. No HVB, por exemplo, a grande maioria dos casos é atendida de outubro a abril, época que coincide com os meses quentes e chuvosos.
O diagnóstico do tipo de serpente causador do acidente é feito, na maioria dos casos, com base nas manifestações clínicas que o paciente apresenta no momento do atendimento, uma vez que nem sempre é possível a identificação do animal. Deste modo, são os acidentes são classificados em:
Acidente botrópico (causado por serpentes do grupo das jararacas):
  • dor e inchaço no local da picada
  • às vezes com manchas arroxeadas e sangramento pelos orificios da picada
  • sangramentos em gengivas pele e urina.
  • Pode evoluir com complicações como infecção e necrose na região da picada e insuficiência renal.
Acidente laquético (causado por surucucu):
  • quadro semelhante ao acidente botrópico
  • acompanhado de vômitos, diarréia e queda da pressão arterial.
Acidente crotálico (causado por cascavel):
  • no local sensação de formigamento, sem lesão evidente
  • dificuldade de manter os olhos abertos, com aspecto sonolento
  • visão turva ou dupla
  • dores musculares generalizadas
  • urina escura.
Acidente elapídico (causado por coral verdadeira):
  • no local da picada não se observa alteração importante
  • as manifestações do envenenamento caracterizam-se por visão borrada ou dupla
  • pálpebras caídas e aspecto sonolento.
Convém lembrar que serpentes não peçonhentas também podem causar acidentes e que nem sempre as serpentes peçonhentas conseguem inocular veneno por ocasião do acidente.
Cerca de 40% dos pacientes atendidos no Hospital Vital Brazil são picados por serpentes consideradas não-peçonhentas ou por serpentes peçonhentas que não chegaram a causar envenenamento.
Primeiros socorros
Muitos procedimentos, embora não recomendados, são ainda amplamente empregados como medidas visando retardar a absorção no veneno. Boa parte deles pode, na verdade, contribuir para a ocorrência de complicações no local da picada.
Medidas a serem tomadas em caso de acidentes:
  • Não amarrar o membro acometido
  • O torniquete ou garrote dificulta a circulação do sangue, podendo produzir necrose ou gangrena e não impede que o veneno seja absorvido.
  • Não cortar o local da picada, alguns venenos podem inclusive provocar hemorragias e o corte aumentará a perda de sangue.
  • Não chupar o local da picada, não se consegue retirar o veneno do organismo após a inoculação. A sucção pode piorar as condições do local atingido.
  • Lavar o local da picada somente com água e sabão.
  • Não colocar substâncias no local da picada, como folhas, querosene, pó de café, pois elas não impedem que o veneno seja
    absorvido, pelo contrário, podem provocar infecção.
  • Evitar que o acidentado beba querosene, álcool ou outras bebidas além de não neutralizarem a ação do veneno, podem causar intoxicações.
  • Manter o acidentado em repouso.
  • Se a picada tiver ocorrido em pé ou perna, procurar manter a parte atingida
    em posição horizontal, evitando que o acidentado ande ou corra.
  • Levar o acidentado o mais rapidamente possível a um serviço de saúde.
É difícil estabelecer um prazo para o atendimento adequado porém o tempo decorrido entre o acidente e o tratamento é um dos principais fatores para o prognóstico. O soro é o único tratamento eficaz no acidente ofídico e deve ser específico para cada tipo (gênero) de serpente
Acidentes por escorpião:
  • Os escorpiões de importância médica estão distribuídos em todo o país, causam dor no local da picada, com boa evolução na maioria dos casos, porém crianças podem apresentar manifestações graves decorrentes do envenenamento.
  • Em caso de acidente, recomenda-se fazer compressas mornas e analgésicos para alívio da dor até chegar a um serviço de saúde para as medidas necessárias e avaliar a necessidade ou não de soro.
Acidentes por aranhas
São três os gêneros de aranhas de importância médica no Brasil:
Loxosceles ("aranha-marrom"):
É importante causa de acidentes na região Sul. A aranha provoca acidentes quando comprimida; deste modo, é comum o acidente ocorrer enquanto o individuo está dormindo ou se vestindo, sendo o tronco, abdome, coxa e braço os locais de picada mais comuns.
Phoneutria ("armadeira", "aranha-da-banana", "aranha-macaca"):
A maioria dos acidentes é registrada na região Sudeste, principalmente nos meses de abril e maio. É bastante comum o acidente ocorrer no momento em que o indivíduo vai calçar o sapato ou a bota.
Latrodectus ("viúva-negra"):
Encontradas predominantemente no litoral nordestino, causam acidentes leves e moderados com dor local acompanhada de contrações musculares, agitação e sudorese.
As aranhas caranguejeiras e as tarântulas, apesar de muito comuns, não causam envenenamento. As que fazem teia áreas geométricas, muitas encontradas dentro das casas, também não oferecem perigo.
Acidentes por taturanas ou lagartas
As taturanas ou lagartas que podem causar acidentes são formas larvais de mariposas que possuem cerdas pontiagudas contendo as glândulas do veneno. É comum o acidente ocorrer quando a pessoa encosta a mão nas árvores onde habitam as lagartas.
O acidente é relativamente benigno na grande maioria dos casos. O contato leva a dor em queimação local, com inchaço e vermelhidão discretos. Somente o gênero Lonomia pode causar envenenamento com hemorragias à distância e
complicações como insuficiência renal.

Soros
Os soros antipeçonhentos são produzidos no Brasil por:
  • Instituto Butantan (São Paulo)
  • Fundação Ezequiel Dias (Minas Gerais)
  • Instituto Vital Brazil (Rio de Janeiro).
Toda a produção é comprada pelo Ministério da Saúde que distribui para todo o país, por meio das Secretarias de Estado de Saúde.
Assim, o soro está disponível em serviços de saúde e é oferecido gratuitamente aos acidentados.

Em São Paulo, a relação dos pontos estratégicos para o atendimento dos acidentes por animais peçonhentos está disponível no site: http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/Zoo_uni1.htm
http://www.butantan.gov.br/info_uteis.htm

Fonte: Instituto Butantan

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